segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

INVENÇÃO DA MAÇONARIA EM 1717. UMA FRAUDE?




* Texto do Irmão Chalmers Paton com tradução do Irmão José Filardo e adptações necessárias de Sergio Roberto.
 
Steinmetzen
Into teh history of the Steinmetzen of Germany it is impossible here to enter. Findel’s account of it is very interesting, and probably he is right in most of his opinions as to dates concerning the formation and extension of the fraternity. It is more to our present purpose to consider the actual organisation and system of the fraternity.
É impraticável entrar aqui na história dos Steinmetzen da Alemanha. O relato de Findel é muito interessante, e provavelmente ele está certo na maioria de suas opiniões a respeito de datas relativas à formação e extensão da fraternidade. É mais para o nosso presente propósito considerar a organização e o sistema efetivo da fraternidade.
The following statement is of special importance, and it is remarkable that the German historian of Freemasonry who makes it, never seems for a moment to advert to its importance, or to perceive that it has any bearing on the question of the identity of modern Freemasonry whit the Masonry of the medieval centuries: - “Stonemasons formed a sort of confraternitas together, binding themselves by an oath, to which union, besides the confederates, mateurs were also admitted, if they only consented to enter the brotherhood, and submit to its laws.” – Findel, p. 59.
A declaração a seguir é de especial importância, e é notável que o historiador alemão da Francomaçonaria que a faz nunca parece, por um momento sequer, chamar a atenção para a sua importância, ou perceber que ela tem alguma relação com a questão da identidade da Francomaçonaria moderna com a Maçonaria (operativa) dos séculos medievais: – “Os maçons formavam uma espécie de confraternitas juntos, unindo-se por um juramento, a cuja união, além dos confederados, amadores também eram admitidos, desde que eles consentissem em entrar na fraternidade, e submeter-se às suas leis “. – Findel, p. 59.
For what reason, it may be asked, were these amateurs admitted, if the fraternity was a mere operative craft?
Por que razão, poder-se-ia perguntar, esses amadores eram admitidos, se a fraternidade era um ofício (meramente) operativo?
It seems plain that we have here evidence of the existence of speculative Freemasonry, at least in its germ and rudiment; and it is not necessary taht we should attempt to prove more than this in order to identify our modern Freemasonry whit that of the medieval Steinmentzen of  Germany.
Parece claro que temos aqui provas da existência de Francomaçonaria especulativa, pelo menos em seu germe e rudimentos (antes de 1717); e não é necessário que tentemos provar mais do que isso, a fim de identificar a Francomaçonaria moderna com a dos Steinmetzen medievais da Alemanha.
It is admitted, on all hands, that Freemasonry has been improved and developed in progress of time, and that it is capable of indefinite improvement. No one is more ready than I to acknowledge tha Ashmole, and after him Desaguiliers and Anderson, contribute much to the improvement the system.
Admite-se, para todos os fins, que Maçonaria foi melhorada e desenvolvida no decorrer do tempo, e que ela é susceptível de ser melhorada por tempo indeterminado. Ninguém está mais pronto que eu para reconhece que Ashmole, e depois dele Desaguliers e Anderson contribuíram muito para o aperfeiçoamento do sistema.
The only point here contended for is that they found the system already existing, a system such that it attracted their admiration, and that they devoted themselves to itis revival and development.
O único ponto aqui defendido é que eles encontraram um sistema já existente, um sistema tal que atraiu suas admirações, e ao qual eles se dedicaram em seu renascimento e desenvolvimento.
The customs and symbols of the German Steinmtzen very nearly agreed with those in use among modrrn Freemasons. The initiation of a candidate took place in a very similar manner, and the same rules were enforced as to the qualifications of candidates.
Os costumes e símbolos dos Steinmetzen alemães estão quase de acordo com aqueles em uso entre os Francomaçons modernos. A iniciação de um candidato acontecia de uma forma muito semelhante, e as mesmas regras eram aplicadas quanto às qualificações dos candidatos.
They are, in fact, the rules which are familiar to every Freemason as contained in the ancient charges; and that they were acknowledge and acted upon in Germany, as well as in England and Scotland, is no small proof of their high antiquity, and the essential unity of the system, which has prevailed in all parts of the civilised wordl since modern civilisation began, with that which has sprung from it, and which still prevails where ever civilisation has extended.
Elas são, de fato, as regras que são familiares para todo Maçom tal como consta das antigas obrigações; e que eles eram reconhecidos e postas em prática na Alemanha, assim como na Inglaterra e na Escócia, não é uma prova pequena de sua alta antiguidade, e da unidade essencial do sistema, o que tem prevalecido em todas as partes do mundo civilizado desde que a civilização moderna começou, com o que surgiu a partir dela, e que ainda prevalece onde quer que a civilização se estendeu.
The decline of the Germany brotherood began after the reformation, when the building of cathedrals and monasteries cessed to be the great employment of the age.
O declínio da irmandade Alemã começou após a reforma, quando a construção de catedrais e mosteiros deixou de ser o grande emprego na época.
It was hastened by the troubles of Germany during the Thirty Year’s War (1618 -1648). Masonry flourishes in times of peace, as it springs from peace, and is productive of peace; but civel war is of all things the most unfavourable to its progress.
Ela foi acelerada pelos problemas da Alemanha durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648). A Maçonaria floresce em tempos de paz, pois ela surge da paz, e produz a paz, mas a guerra civil é de todas as coisas, a mais desfavorável para o seu progresso.
When the history of Germany during the sisteenth and seventeenth centuries is considered, it cannot seem wonderful that at the beginning of the eighteenth century, there was little left in the country of the old system of Masonry, although enough remained to afford a strarting-point for the improved system then introduced from England.
Quando a história da Alemanha durante os séculos 16 e 17 é considerada, não pode parecer maravilhoso que no início do século 18, pouco havia sobrado no país do velho sistema de Maçonaria, embora o suficiente tenha permanecido para permitir um ponto de partida para o sistema melhorado então introduzido a partir da Inglaterra.
At the same time that the Lodgs (Bauhütte) of the Germany Stinmetzen sprang up in Germany, a similar fraternity of Masons formed Lodges in England. Findel chooses to call them building corporations; but this is too evidently a term adapted to the mere purpose of a theory.
Ao mesmo tempo em que as Lojas (Bauhütte) dos Steinmetzen alemães surgiam na Alemanha, uma fraternidade semelhante de maçons formavam Lojas na Inglaterra. Findel escolhe chamá-las corporações de construção; mas este também é, evidentemente, um termo adaptado para o mero propósito de uma teoria.
The English Masons, like their continental brethren, recongnised each other by secret sign and tokens; they levied contribuitions from their members; they relieved the distressed; they chose their Masters and Wardens, and they held regular meetings and banquets. “Their Lodges were at sunrise, the Master taking his station in the east, and the brethren forming a half-circle around him. After prayer, each craftsman had his daily work pointed out to him, and received his instructions. At sunset they again assembled after labour, prayer was offered, and their wasges paid to them.” – Findel, pp. 75, 76.
Os Maçons Ingleses, como seus irmãos continentais, reconheciam uns aos outros por sinais secretos e toques; eles cobravam contribuições de seus membros; eles socorriam os aflitos; eles escolhiam seus Mestres e Vigilantes, e eles mantinha reuniões e banquetes regulares. “Suas lojas eram ao nascer do sol, o Mestre assumindo sua estação (posto), no Leste, e os irmãos, formando um semicírculo ao seu redor. Depois da prece cada artesão tinha o seu trabalho diário designado a ele, e recebia suas instruções. Ao pôr do sol, eles novamente se reuniam depois do trabalho, ofereciam uma prece, e seus salários lhes eram pagos”. – Findel , Pp 75, 76.
It may here be observed that the Masons of Germany, as well as those of England, were distinguished by their high regard for religion, in accordance with the ancient charges, as in fact we find that the Masons in both countries demanded a profesion of religion from candidates, and a conduct consistent with that profession from the members of the Order. They did not, however, demand the highest orthodoxy of the Church. Their sysstem was too free for that; and during the middle ages, a continual protest may be said to have been kept up by the Masons in favour of a liberality which had no other existence in these times. The Masons of Germany, in the days of their most flourishing existence, even protected the members of the Order from persecution, and opposed the Inquisition with success.
Dever ser observado aqui que os maçons (operativos) da Alemanha, bem como os da Inglaterra, distinguiam-se pelo seu grande respeito pela religião, de acordo com as antigas obrigações, como de fato vemos que os maçons em ambos os países exigiam uma profissão de religião dos candidatos, e uma conduta consistente com aquela profissão, dos membros de sua Ordem. No entanto, eles não exigiam a maior ortodoxia da Igreja. Seu sistema era livre demais para isso; e durante a Idade Média, um protesto contínuo pode-se dizer ter sido mantido pelos maçons em favor de uma liberalidade que não tinha outra existência naqueles tempos. Os maçons da Alemanha, nos dias de sua existência mais florescente, até mesmo protegiam os membros da sua Ordem contra perseguição, e se opuseram à Inquisição com sucesso.
“In 1380”, says Findel, giving a history of the legislative enactments of England respecting Masonry. “it was enacted that, in case of resistance, the Justices of the Peace might call in the assistence of the Sheriff of the country, or the Mayor of the city, or the Alderman of the town; the must, therefore, have been present at their quartely meetings. The most ancient constitution of 1427, and Anderson, following its lead, attempt to turn this circunstance into an honour for the fraternity, leading us to suppose that these various officers were present in the capacity of initiated bretren. But we cannot believe that, at that period, amateurs could have been present accepted Masons, or as honorary members.  No and then, possibly, the patrons who were nominated by the King to superintend the erection of buildings might have been present at a meeting, but they had certainly no knwledge of the secret customs and usages of the Craft.” – Findel, p. 77.
“Em 1389″, diz Findel, dando um histórico dos atos legislativos da Inglaterra com relação à Maçonaria “foi promulgado que, em caso de resistência, os Juízes de Paz podiam recorrer à assistência do xerife do condado, ou ao prefeito da cidade, ou ao Vereador da cidade; eles devem, portanto, ter estado presente em suas reuniões trimestrais. A constituição mais antiga, de 1427, e Anderson seguindo sua indicação, tenta transformar essa circunstância em uma honra para a fraternidade, levando-nos a supor que esses diferentes oficiais estiveram presentes na qualidade de irmãos iniciados. Mas, não podemos acreditar que, naquele período, amadores pudessem ter estado presentes como maçons aceitos, ou como membros honorários. Vez por outra, possivelmente, aqueles patronos que eram nomeados pelo rei para supervisionar a construção de edifícios podem ter estado presentes em uma reunião, mas eles certamente não tinham qualquer conhecimento dos costumes e usos secretos do Ofício”. – Findel , P. 77.
It is easy to say, “we cannot believe thatat that period amateurs could have been present”,  and so on; but all this is evidently the mere assertion of a preconceived opinion, -- a foregone conclusion. We have made up our that there was nothing in Masonry, during medieval times, or indeed till the eighteenth century, but mere operative masonry; and therefore, there could be no amateurs accepted as members of the Lodges! – and so let the world take this for argument, and adopt our opinion! – Let the sentence already quoted from Findel, concerning the admission of amateurs in the Lodges of the Steinmtzen of Germany, be for a moment considered and the confidence with which he declares his opinion of the impossibility that amateurs could be present as accepted Masons, or as honorary members, in England, in the fourteenth century, must seem almost ridiculous. In like manner, his declaration that “now and then possibly, those patrons who were nominated by the King to superintend the erecition of buildings might have been present at a meeting, but they had certainly no knowledge of the secret customs and usages of the craft”, must be set aside as mere gratuitous assertion, -- the expression of an opinion for which no fundation is shown. Nay, in this assertion it is implied that the patrons nominated by the King were merely nominated the erection of particular buildings, -- of which we are far from having any proof. There might be some difficulty in showing what was really the fact in England; but we have, is the appointment of the Earl of Orkney and Caithness by James II of Scotland, proof that something more than the superintendence of the erection of particular buildings was contemplated in royal grants of the same kind in Scotland, and the probability surely is that the state of the case was the same in the two countries. Until plain proof to the contrary is adduced, it must be held that the royally appointed patrons of the Masons of England held an important relation to the whole fraternity, and not merely to those engaged in the erection of particular buildings. On this point, however, further evidence is much to be desired. The probability appears very great on the one side, but it remains for us to hear what can be said, if anything, on the other.
É fácil dizer, “não podemos acreditar que naquele período, amadores pudessem ter estado presentes”, e assim por diante; mas tudo isso é evidentemente a mera afirmação de uma opinião preconcebida, – uma conclusão precipitada. Nós nos convencemos de que nada havia na Maçonaria, durante os tempos medievais, ou mesmo até o século XVIII, a não ser Maçonaria Operativa; e, portanto, não poderia haver amadores aceitos como membros das Lojas! -- assim deixemos o mundo tomar este argumento, e adotar nossa opinião! -– Consideremos por um momento a frase já citada de Findel, relativamente à admissão de amadores nas Lojas dos Steinmetzen da Alemanha e a confiança com que ele declara sua opinião sobre a impossibilidade de amadores poderem estar presentes como maçons aceitos como membros honorários, na Inglaterra, no século XIV, deve parecer quase ridícula.
Da mesma forma, sua declaração de que “vez por outra, possivelmente, aqueles patronos que eram nomeados pelo rei para supervisionar a construção de edifícios podem ter estado presentes em uma reunião, mas eles certamente não tinham qualquer conhecimento dos costumes e usos secretos do Ofício” deve ser posta de lado como mera afirmação gratuita -- a expressão de uma opinião para a qual nenhum fundamento é oferecido. Não, nessa afirmação está implícito que os patronos nomeados pelo rei eram apenas nomeados para supervisionar a construção de edifícios particulares, do que estamos longe de ter qualquer prova.
Pode ter havido alguma dificuldade em mostrar qual era realmente a realidade na Inglaterra; mas temos, na nomeação do Conde de Orkney e Caithness por James II da Escócia, prova de que algo mais do que a superintendência da construção de edifícios particulares estava contemplada em concessões reais do mesmo tipo na Escócia, e com certeza a probabilidade é que fosse o mesmo caso nos dois países. Até que prova clara do contrário seja apresentada, deve-se considerar que os patronos dos maçons da Inglaterra nomeados pelo rei mantinham uma relação importante com toda a fraternidade, e não apenas com aqueles que trabalhavam na construção de certos edifícios. Sobre este ponto, no entanto, mais prova é desejar muito. A probabilidade parece muito grande, de um lado, mas resta-nos ouvir o que pode ser dito, se há alguma coisa a ser dita, do outro.
Bibliografia:
THE ORIGIN OF FREEMASONRY: THE 1717 THEORY EXPLODED (1900) – pag. 50 -54)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

A ATUAL LEI MAÇÔNICA





Lei é a norma juridica vigente numa sociedade. Toda sociedade humana, desde as formas gregárias mais primitivas, vivem dentro de um vasto liame de normas de natureza variada. Preceitos religiosos, máximas filosoficas, usos & costumes, ritos, formulas de comportamento social, ordenações de toda a espécie constituem um amplo e complexo sistema destinado ao controle da conduta humana.
A Maçonaria como sociedade é pródiga em sua legislação e destarte, também, em controvérsias legais, e entre as inumeras questões controvertidas estão os discutiveis landmarques (Landmarks) como normas de direiro maçônico. Porém, os landmarques são invenção moderna e seus partidários nunca puderam chegar a um acordo qua a sua (data) fixação.
Isto não impede aos anglo-saxões proclamarem sagrados estes limites essencialmente flutuante, que eles decretam ao sabor de seu partidarismo. Cada Grande Loja ou Grande Oriente os fixa segundo a sua forma de compreender a Maçonaria e, sendo esta muito diversamente compreendida, resultam daí definições contraditórias, destrutivas da unidade no seio de uma instituição que busca a concordia mundial.
Apesar deste aspecto contraditorio, a grande maioria dos doutos em legislação maçônica coloca-nos como uma das colunas do direito maçônico, onde podemos citar  Vanildo Senna, que na sua classificação cita-os conforme infra transcrito:
1 – Antigos Deveres (Old Charges) e a Maçonaria Operativa;
2 – Poema Regius ou Documento Halliwell;
3 – A lei da Maçonaria Especulativa: Livro das Constituições;
4 – O Manuscrito Cooke;
5 – Os Landmarques; e
6 – Usos e Costumes (Jus Non Scriptum e o Segredo Maçônico).

ALBERT G. MACKEY

Já Albert Mackey dividiu em três as classes de leis que segundo ele governam a instituição maçônica:
1 – Os sinais;
2 – As leis gerais; e
3 – As leis locais.
Os sinais pertencem aos Usos e Costumes (Jus Non Scriptum), apesar de terem sido escritos e divulgados inumeras vezes.
As leis gerais constituem todos os regulamentos que foram decretados pelos corpos maçônicos na tentativa de criar uma jurisdição mundial. Admitiu-se geralmente que estas leis mundiais ou gerais se encontram nas Constituições e Preceitos Antigos, até a época em que foram reconhecidas e aceitas pela Grande Loja da Inglaterra durante sua instalação em 1717 e adotads mesmo antes de 1721.
As leis locais constituem as regras originadas das gerais, e são aplicáveis unicamente naquelas jurisdições que as adotou, e consequentemente são mutáveis de conformidade com os corpos que as decretaram. Devem ser validas; porém, não podemos repudiar sinais ou as Leis Gerais, que constituem a autoridade suprema.
Albert Mackey não inclui os landmarques, mas considera os sinais como parte da triplce classificação, o que não é possível concordar pela sua variação de acordo com os ritos e as transformações existentes e também por pertencerem aos nossos usos habituais.
Numa tentativa de simplificação teriamos somente:
1 – A Legislação Maçônica especifica; e
2 – A Legislação Maçônica geral.
A Legislação Maçônica especifica é um conjunto de regras que dão um carater organico a um Grande Corpo Maçônico, como as Grandes Lojas ou os Grandes Orientes. São as constituições, os regulamentos gerais, codigos penal de processual entre outras normas estabelecidas pelo Grande Corpo Maçônico, que se transformam no Estatuto ou Regimento Interno das lojas.

James Anderson

Visto por esse ponto de vista, a Constituição de James Anderson nada mais representa do que a premissa normativa da Grande Loja da Inglaterra, e não como pretendem os maçons ingleses e seus cegos seguidores: A Carta Magna da Maçonaria Mundial.
O Grande merito da Constituição de James Anderson é a de ter incorporado no texto os antigos ensinamentos das antigas lojas de construtores. Porém, em 1813 com a fusão dos antigos & modernos, fundado a Grande Loja Unida da Inglaterra, foi introduzida uma versão diferente relativamente a Deus e a religião, assim redigida:
Um maçom é obrigado pela sua dependência a obedecer a lei Moral; e se bem entender a Arte, nunca será um estupido ateu nem um irreligioso libertino. De todos os homens, deve ele compreender melhor, que Deus vê de maneira diferente o homem; pois o homem vê a aparencia exterior enquanto Deus vê o coração ... qualquer que seja a religião de um homem ou sua maneira de adorar, não será excluído da Ordem, contanto que creia no Glorioso Arquiteto do Céu e da Terra, e pratique os deveres sagrados da Moral”.
Este artigo diferente da Constituição de James Anderson em relação a Deus e a religião, porquanto esta afirmava: “Um maçom é obrigado em virtude dos eu estado, a obedecer a Lei Moral, e, se ele entender bem a Arte, não será jamais um estupido ateu, nem um irreligioso libertino. Ainda que nos tempos antigos os maçons fozssem obrigados a professar em cada país, a religião desse país ou dessa nação, quialquer que ela fosse, hoje em dia é considerado mais conveniente sujeitá-los a religião com a qual todos os homens concordam. Ela consiste em serem bons, sinceros, homens de honra e probidade, sem qualquer denominação ou crença particular onde possam se distinguir. Donde se segue que a Maçonaria é o Centro de União e o meio de conciliar uma verdadeira amizade entre pessoas que, de outro modo, teriam ficado eternamente distantes.”
Essas modificações troxeram cisões lamentáveis, cismas entre Grandes Corpos, porque modificavam substancialmente a parte concernente a Deus e a religião e transformaram a primitiva Maçonaria Especulativa deista, adogmatica, arreligiosa, de liberdade absoluta de pensamento; em teista religiosa, e, por que não, dogmatica. A instituição maçônica opõe-se a todo dogma e toda cegueira espiritual. As lojas maçônicas são diferentemente das igrejas; pois não devem ter riqueza de adornos e nem possuem idolos. Seu culto, se o tem, é render preito a ciência, a filosofia e a virtude. Sapira encontrar a verdade relativa a cada epoca e promover a união fraternal de todos os homens, oq ue não se pode conseguir mediante dogmas nem revelações, senão por meio da livre expressão das ideias, do estudo das ciencias, amparado pela etica e pela razão.
As leis maçônicas gerais compreendem as antigas ordenanças (Old Charges), Poema Regio (Documento Halliwell), Manuscrito Cooke e outros considerados autênticos e os Usos & Costumes.
Essem conjunto tradicional das corporações de construtores, constitui os principios basicos da Maçonaria Especulativa, passando pela fase operativa.
Albert Mackey cita pelo menos 37 manuscritos antigos. Ele também se refere a outros que existiram na Italia e Alemanha.
Albert Mackey relata: “James Anderson nos refer que no ano de 1719, em algumas das lojas privadas, haviam varios manuscritos valiosos relativos a Arte Real, suas lojas, regulamentos, preceitos, segredos e praticas, foram queimados precipitadamente por alguns irmãos, por temer que os ditos documentos caissem em mãos erradas. Porém a causa principal e mais logica, como tudo indica, seria a destruição de documentos de origem catolica da Maçonaria Operativa, onde varios textos tinham como primeira parte: ‘Ser fiel a Deus e a Santa Igreja, e evitar o erro e a heresia.’ Seguindo ‘Tu serás fiel sudito do Rei’, e ainda outros tinham como fundamental o culto a Virgem Maria, o que feria os preceitos da Igreja Reformada da qual se originavam James Anderson e Desaguiliers.
Desaguiliers
O Poema Regio escrito em versos que do 1 ao 56 descrevem como Euclides foi empregado para ensinar Geometria aos filhos dos nobres do Egito; do 57 ao 86 conta-se a chegada da Fraternidade a Inglaterra; e no do 87 ao de 260, são expostos 15 artigos e a partir de 260 a 270 os 15 pontos, todos tratando das relações entre os membros das corporações e com a sociedade.
Do regulamento de 1663, Lei de Santo Albano, destaca-se alguns pontos pelo interesse ainda atual: “1º Ninguém, fosse qual fosse a posição ocupada na sociedade profana, poderia ser recebido entre maçons sem que existisse uma loja composta por cinco maçons, dos quais um fosse Mestre ou Inspetor do Distrito ou Circusncrição e outro fizesse parta da Arte da Maçonaria.
Tem um outro item bastante interessante: “Ninguém seria recebido na sociedade, e os segredos não lhe poderiam ser comunicados sem que tivessem prestado o juramento de discrição, segundo o seguinte texto: ‘Eu ... decalro e prometo diante de Deus Todo Poderoso e de meus companheiros e irmãos aqui presentes, que nunca, em tempo algum, qualquer que seja o artificio ou violencia empregados para este fim, publicarei ou denunciarei direta ou indiretamente nenhum dos segredos, privilegios ou deliberações da Fraternidade de que me foi dado conhecimento ou de que tiver ciencia daqui por diante. Que Deus e o Santo conteudo dste livro venham em meu auxilio.’”
No Grão-Mestrado do Irmão George Payne foi realizada uma compliação das antigas leis e criou-se o Regulamento Geral.
Este Regulamento Geral continha 39 pontos e deu uma estrutura organizacional adminsitrativa, legislativa e juridica a então Grande Loja de Londres.
Constituiram o substratum para a Constituição de James Anderson e toda a legislação maçônica mundial subsequente; porque todo este material foi imposto pelo imperialismo britanico, como norma para toda a Maçonaria Especulativa e, o pior, aceito e defendido pelos “escravos da preguiça” de pensar, culminando com o ato de 4 de setembro de 1929, com os famosos Oito Pontos Básicos para o Reconhecimento de um Grande Corpo Maçônico, causadora da teratogenia de maçons regulares e irregulares que tanto dano vem ocasionando a Fraternidade Maçônica.
Atualmente, criou-se uma serie de entulhos dogmaticos, dificultando o relacionamento fraternal.
Simplificando ficariamos somente com as leis gerais e as especificas da Maçonaria, devendo estas últimas se espalharem nas antigas ordenanças e manuscritos considerados confiáveis.   

terça-feira, 27 de novembro de 2012

O TEMPLO DE SALOMÃO



O TEMPLO DE SALOMÃO

 Imagem Ficticia do Templo do Rei Salomão

O Templo de Salomão ocupa uma posição de destaque na simbologia maçônica, tratando-se de uma das maiores fontes de símbolos, alegorias, lendas e ensinamentos maçônicos. É mencionado nas mais antigas tradições dos operários da Idade Média e integra os mais poéticos temas dos maçons especulativos da atualidade.
De todo este simbolismo, é possível extrair as mais diversas mensagens tanto na vertente anglo-saxônica (o mundo cultural de língua Inglesa) como na vertente latina (o mundo cultural francês), nos diversos ritos e graus.
A formação dos novos maçons (Aprendizes) apoia-se fortemente na utilização destes símbolos, alegorias, lendas e mitos. A tradição maçônica relativamente ao Templo de Salomão veja-se que o próprio James Anderson afirmou no livro da Constituição (1723) que "os israelitas ao deixarem o Egito, formaram um Reino de Maçons"; que "sob a chefia de seu Grão-Mestre Moisés (...) reuniam-se frequentemente em loja regular, enquanto estavam no deserto", etc...
Vale a pena (e a curiosidade) ler essas páginas da história lendária de nossa sublime Ordem contada por Anderson que podem ser encontradas em Reprodução das Constituições dos Francomaçons ou Constituições de Anderson de 1723, em inglês e português. De fato, Anderson apenas repetia velhas lições transmitidas por antigos documentos de maçons operativos (profissionais), reunidos para seu exame e síntese. As Obrigações eram lidas na cerimónia de ingresso de um aprendiz na loja medieval (algo análogo à iniciação de nossos dias), para que o novo membro aprendesse a história da arte de construir e da associação que o recebia. Inteirava-se das regras de bom comportamento e das exigências morais que deveria respeitar - de algum modo, esses antigos documentos tinham uma finalidade análoga à das nossas atuais cartas constitutivas, emprestando regularidade à loja.
O leitor interessado encontrará detalhes e documentação em O Templo do Rei Salomão na Tradição Maçônica, Alex Horne. Os antigos catecismos maçônicos (séries de perguntas e respostas) do século XVIII também se referiam com frequência à construção do Templo de Salomão que, inequivocamente, integra tradições anteriores à Grande Loja de Londres (1717). Se os manuscritos, manuseados por Anderson e seus companheiros para escrever o Livro da Constituição de 1723, não são exactamente conhecidos, centenas de velhos outros pergaminhos sobreviveram, foram encontrados, guardados e interpretados, constituindo uma fonte das mais autênticas para a história da nossa sublime Ordem. Nesses antigos deveres (em muitos deles) já se falava na construção do Templo de Salomão pelos maçons. Convém contudo, no que concerne à historia, tratar tais documentos com certa reserva. Na origem, foram escritos por religiosos medievais, devotados a Deus sem dúvida nenhuma, mas desprovidos de crítica histórica. Presume-se que monges cristãos transmitiram essas lições a operários iletrados (nossos avós) e que tais documentos foram sendo copiados, recopiados, etc., mantendo a visão de uma época que muito desconhecia da História. A tradição bíblica o Templo de Salomão, integra as narrativas do livro mais respeitável da sociedade ocidental - a Bíblia.

 Fuga do Egito
Ao sair do Egito, conduzido por Moisés, o povo hebreu não possuía uma religião definida, muito menos um templo. Sómente após o episódio no monte Sinai - quando Moisés recebe de Deus as normas fundamentais da Lei bem como as instruções exatas quanto à construção da Tenda Sagrada (o Tabernáculo) - é que os hebreus passam a ter um local específico de culto, abrigando nessa Tenda os objetos sagrados: a Arca da Aliança, a Mesa dos pães ázimos (ou sem fermento), o Candelabro de sete braços (Menorá). Haveria também um altar para queimar as ofertas sacrificais, outro para queimar incensos (perfumes) e uma pia de bronze.
Tabernaculo
 
Enquanto o povo vagueava pelo deserto, Deus orientava quando, onde e por quanto tempo estacionar. Os que fugiram do Egito mudavam o seu acampamento de um lugar para outro, somente quando a nuvem que cobria o Tabernáculo (indicando a presença do Eterno) se erguia e indicava o caminho a ser seguido. Durante o dia, a nuvem; à noite, uma coluna de fogo (veja em Êxodo, 40.34-38; ou em Números, 9.15-23). E foram quarenta anos. Antes de Jerusalém ser transformada por David na capital do reino, ainda no tempo de Samuel (um sacerdote, juiz, profeta, mediador, chefe de guerreiros), Deus, falando a Jeremias, equipararia Samuel a Moisés - Jer. 15.1 - a Arca ficou guardada num templo, em Silo, sob os cuidados da família de Eli, também sacerdote. Em Silo, Josué (que sucedera a Moisés) acampara o povo pela última vez (Josué, 18.1 e sgs.). Esse pequeno templo de Silo foi, presumidamente, destruído pelos filisteus (Jer. 7.11-12: "Será que vocês pensam que o meu Templo é um esconderijo de ladrões? Vão a Silo, o primeiro lugar que escolhi para nele ser adorado, e vejam o que fiz ali por causa da maldade de Israel." Assim falou o Eterno.). David, já consagrado rei, levaria a Arca da Aliança para Jerusalém (1 Crónicas 15.25-28). Tão alegre e festivo esteve David nesse cortejo (cantando e dançando com o povo), que Mical, sua esposa, filha de Saul, sentiu desprezo por ele (1. Cron., 15.29). Contudo o tabernáculo e o altar dos sacrifícios continuariam em Gabaon, visto que David caíra em desgraça aos olhos de Deus. Derramara sangue em abundância, fizera guerras em demasia e, por isso mesmo não poderia edificar em nome de Deus (ver I Cron. 22.6-19). Somente Salomão teria a glória de construir o Templo - o primeiro de Jerusalém, dada a existência de mais dois templos: o construído por Zorobabel, após o exílio na Babilónia, e o construído por Herodes. Fontes extra bíblicas Apesar das minuciosas descrições registadas na Bíblia, ainda não foi possível, contudo, ter certezas quanto a esse primeiro templo de Jerusalém. Não há registos extra bíblicos. As escavações arqueológicas ainda não apresentaram alguma prova válida da existência dessa obra. Explica-se tal ausência de restos arqueológicos à completa destruição que teria sido realizada por Nabucodonosor, ou à insuficiência de escavações no próprio sítio atribuído à localização do Templo. Esse lugar (santificado por diversas linhas religiosas) seria o hoje ocupado pela belíssima e muito sagrada Mesquita de Omar, ou o Domo da Rocha, onde Abraão, obediente a Deus, quase sacrifica seu próprio filho, Isaac (Gen. 22.1-19) - onde, de modo significativo, a tradição islâmica localiza Maomé subindo ao Céu (portanto mais do que justificada a recusa maometana em permitir escavações naquele local santificado). Contudo, não são encontrados, também, registos arqueológicos (monumentos comemorativos) da vitória de Nabucodonosor, como, por exemplo, podem ser encontrados registos do triunfo romano de Tito, seiscentos anos depois, destruindo o templo construído por Herodes (a terceira construção na série histórica). Alúde-se ao célebre "muro das lamentações" como tendo sido parte da grande alvenaria de arrimo na esplanada do Templo. Contudo as determinações científicas de data, dali oriundas, dão ao muro idade próxima à década anterior ao nascimento de Cristo, tornando-a uma obra mais adequada de ser atribuída ao terceiro templo, destruído pelos romanos. Contudo Salomão foi efectivamente um grande construtor. A sua época - historicamente considerada, arqueologicamente comprovada - foi de grande prosperidade. Um dos registos arqueológicos mais significativos dessa época, é o da cidade de Megido, um complexo notável, cavalariças com pilares em série, talhados em pedra calcária. Do tempo de Salomão, há ainda restos arqueológicos da fundição - refinaria de cobre em Ezion-Geber, produtora da matéria-prima que serviria de ornamentos e utensílios de bronze (que as narrativas bíblicas apontam ao Templo). Do mesmo modo, mesmo sem descobrimentos arqueológicos em Jerusalém, pelo resultado de outras escavações e estudo de documentos diversos é possível estabelecer conclusões quanto à arquitectura atribuída ao Templo de Salomão, no que se refere à ornamentação, disposição das dependências, técnica construtiva, comparando a tradição bíblica com restos arqueológicos de outros templos do Oriente próximo. São lições preciosas. Conclusão Enfim, o maçom é mestre na arte de compor oposições e não desprezará o repositório inesgotável de ensinamentos velados por alegorias que nos proporciona a história (ou a lenda) da construção do Templo do Rei Salomão. Não desprezará a tradição dos maçons operários, só porque a Arqueologia ainda não obteve provas irrefutáveis;  não se negará a tradição bíblica somente por insuficiência de escavações arqueológicas. Jules Boucher, célebre obra "A Simbólica Maçônica": os maçons não tentam reconstruir materialmente o Templo de Salomão; é um símbolo, nada mais - é o ideal jamais terminado, onde cada maçom é uma pedra, preparada sem machado nem martelo no silêncio da meditação. Para elevar-se, é necessário que o obreiro suba por uma escada em caracol, símbolo inequívoco da reflexão. Tem por materiais construtivos a pedra (estabilidade), a madeira do cedro (vitalidade) e o ouro (espiritualidade). Para o maçom, ensina Boucher, "o Templo de Salomão não é considerado nem em sua realidade histórica, nem em sua acepção religiosa judaica, mas apenas no seu significado esotérico, tão profundo e tão belo". O Templo de Salomão é o templo da paz. Que a Paz do Senhor permaneça nos nossos corações!

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

REAA - TRONCO DE SOLIDARIEDADE



TRONCO DE SOLIDARIEDADE



Afirmam alguns maçonologos que pelo menos na Europa Continental, todas as Lojas maçônicas têm um “Tronco da Viúva*” (Tronco de Benevolência, Tronco de Solidariedade). O “Tronco da Viúva” não é mais do que um fundo de reserva de meios monetários destinado a acorrer a situações de necessidade de maçons, de viúvas e filhos menores de maçons já falecidos e, de forma geral, a ações de beneficência.
Os fundos do “Tronco da Viúva” são exclusivamente obtidos mediante donativos dos obreiros da Loja e seus visitantes ou mediante ações de angariação de fundos a ele destinados - leilões, iniciativas sociais, etc.
Os fundos do “Tronco da Viúva”, tal como os demais valores da Loja, ficam à guarda do Tesoureiro desta. Mas são separadamente contabilizados dos demais recursos da Loja e só podem ser usados para os referidos fins de auxílio ou beneficência. Os fundos do “Tronco da Viúva” só podem ser utilizados por decisão do Venerável Mestre ou do Hospitaleiro, Oficiais da Loja em que esta delega o encargo de bem analisar as situações que justifiquem a mobilização desses fundos. Pelo menos anualmente, o Hospitaleiro deve apresentar um sucinto relatório sobre a situação do “Tronco da Viúva” e a aplicação dos seus fundos.
Revista Cultural Maçônica "Engenho & Arte na Maçonaria Universal" - nº 16/2006


Em algumas Lojas, pode também existir uma Comissão de Beneficência, encarregada de estudar as ações da Loja neste campo.
Afirmam alguns que a designação de “Tronco da Viúva” tem a ver com a lenda da construção do Templo de Salomão, que foi dirigida por um arquiteto, de nome Hiram Abif, que, na Bíblia, é referenciado como filho de uma viúva de Tiro. Hiram Abif é, desde tempos imemoriais, o protagonista de uma alegoria que constitui o cerne da moralidade maçônica, a tal ponto que os maçons, nele se revendo, designam-se a si próprios por Filhos da Viúva.

HIRAM ABIF


Essa assertiva não tem validade, haja vista que na verdade, a origem do “Tronco da Viúva” vem das primeiras sociedades de maçons operativos. Vejamos o  que diz algunas dos antigos regulamentos (estatutos) sobre o Tronco:

CATEDRAL DE STRASBURG


1. Carta de Bolonha – 1248** (vide livro Antigos Manuscritos – As Origens da Francomaçonaria – Cavalcante, Sergio)
XVII – Da ajuda a que todos os Mestres estãso obrigados junto a um membro falecido, quando convocados
Estatuímos e ordenamos que, se algum de nossos mebros for chamado ou citado para acudir a familia de um mebro falecido e não se apresentar, que pague , a titulo de multa, doze denários bolonheses, a menos que estivese autorizado para isso, ou ainda por motivo de força maior. O corpo do falecido deve ser conduzido a sepultura por membros da sociedade. E o procurador da sociedade deve obter da  assembleia o valor de dezoito denários bolonheses que por falecimento de um de seus membros seja entregue a sua familia. E se o procurador não tomar essa providencia ele deverá pagar a sociedade dezoito denários a titulo de multa. E que os oficiais e o presidente sejam os responsáveis pelo recebimento desta quantia
Estatuto de Estrasburgo – 1459 (vide livro Antigos Manuscritos – As Origens da Francomaçonaria – Cavalcante, Sergio)
XXVIII – Agora, para que esses regulamentos do ofício possam ser seguidos de forma mais honesta, com serviço a Deus e outras coisas necessárias e adquedas, cada Mestre que tenha artesãos trabalhando em sua Loja, e pratique a maçonaria e pertença a esta fraternidade, e depois de cada ano pagará quatro blapparts (pequenas moedas de prata), ou seja, em cada semana santa um blappart ou Bohemian a ser pago a caixa da freternidade, e cada Companheiro pagará quatro Blapparts, e assim igualmente um Aprendiz que tenha servido os eu tempo
XXXII – Se um Mestre ou Companheiro ficar doente, ou um Companheiro que pertence a fraternidade e tenha vivido com retidão na Maçonaria, for afligido com doença prolongada e necessidade de alimento e dinheiro, então o Mestre encarregado da caixa lhe prestará socorro e assistência da caixa, se ele de outra forma puder, até que ele se recupere de sua doença, e deve depois jurar e prometer restituir o mesmo a caixa. Mas, se ele morrer de tal doença, então tanto deve ser tomado daquilo que ele deixar na sua morte, seja roupas ou outros artigos, como restituição do que foi emprestado a ele, se tanto ali exstir.”
Alegoricamente, nos tempos modernos, a Viúva será a Maçonaria, em especial na sua vertente de solidariedade e beneficência. O “Tronco da Viúva” é, pois, um dos alicerces da Maçonaria, o reservatório dos bens que lhe possibilitam despender fundos em acções de solidariedade e beneficência. É alimentado pelos seus filhos, os Filhos da Viúva, os maçons.
Externamente, e em cumprimento do comando da moral maçônica de que as ações de beneficência devem ser praticadas discretamente, um maçom ou uma Loja Maçônica nunca revelam ou comentam ou divulgam quanto foi dado para esta ou aquela ação, com quanto se contribuiu para aliviar a necessidade desta ou daquela pessoa. Isso é matéria que só interessa a quem disponibiliza a ajuda e a quem a recebe. A regra é simples e não tem de ser mais específica: em cada momento, deve dar-se o que se pode e seja preciso. Nem menos, nem mais.
* Esta é a denominação inserida no Ritual de Aprendiz da Grande Loja Legal de Portugal/Grande Loja Regular de Portugal. – p27.
Já próximo ao encerramento dos trabalhos e após a conclusão do Orador circula-se ao mesmo tempo, o “Tronco da Viúva” e o “Saco das Propostas” na seguinte forma:
VM - *
Meus Irmãos, vai circular o Tronco da Viúva e o Saco das Propostas.
Irmãos Mestre de Cerimônias e Irmão Hospitaleiro, peço o vosso auxílio.
O Hospitaleiro precedido pelo Mestre de Cerimônias, iniciam a marcha dextrorsum pelo Oriente, recolhem o óbolo dos 1º e 2º Vigilantes, fazem-no de seguida junto dos Irmãos Mestres, Companheiros e Aprendizes, respectivamente.
1ºV: - *
Venerável Mestre, acham-se entre colunas os Irmãos Mestre de Cerimônias e Hospitaleiro que fizeram circular o saco das Propostas e o Tronco da Viúva, que se encontram a tua disposição.
VM: - Algum dos meus Irmãos reclama o tronco da Viúva?
1ºV: - Reina silêncio em ambas as colunas Venerável Mestre.
VM: - Sendo assim, Irmão Mestre de Cerimônia e Irmão Hospitaleiro, dirijam-se ao Oriente com o Tronco da Viúva e com o saco das Propostas.
Os dois oficiais entregam os sacos ao secretário, que verifica o seu conteúdo, inscreve o produto encontrado no traçado da prancha, informa a Loja e entrega as propostas ao Venerável Mestre.
SC: - Venerável Mestre, o Tronco da Viúva rendeu a medalha profana de ...kilos.
O produto do Tronco será, no fim da sessão, entregue ao Hospitaleiro.
** Considerado como sendo um dos documentos mais antigo do mundo referente a Ordem Maçônica.