sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O SIGNIFICADO DO NOME “BÍBLIA” E OUTRAS CONSIDERAÇÕES



O SIGNIFICADO DO NOME “BÍBLIA”
E OUTRAS CONSIDERAÇÕES
 

O Livro da Lei ou Volume da Sagrada Escritura, representa o código moral que cada individuo respeita e segue; a filosofia que cada qual adota; é a lei sagrada de cada maçom; enfim, a Fé que “nos governa e anima”.
O Livro da Lei ou Volume da Lei Sagrada, dependendo do rito ou da nação em que a Maçonaria estiver estabilizada, deve ser obrigatoriamente aberta durante os trabalhos de uma Loja Maçônica, como simbolo de espiritualidade e representando a Verdade.
O Livro da Lei ou Volume das Sagradas Escrituras constitui o traçado espiritual completando o traçado objetivo que a tábua de delinear (prancheta) representa, guiando o aperfeiçoamento do maçom após haver desbastado as asperezas dos eu “Eu”, representadas pelas paixões mundanas.
Da mesma forma que a tábua de traçar (prancheta)serve para o mestre traçar objetivamente linhas e fazer desenhos para que os Irmãos possam executar a construção planejada com regularidade e propriedade o Livro da Lei ou Volume das Sagradas Escrituras pode ser considerado como sendo a Tábua de Traçar do grander Arquiteto do Universo, na qual estão traçadas espiritualmente as Leis Divinas e disposições morais.
O Livro da Lei ou Volume das Sagradas Escrituras é o livro sagrado de cada religião, onde os crentes julgam encontrar a verdade pregada por seus profetas. Compreende-se, destarte, que o Livro da Lei ou Volume das Sagradas Escrituras não é tão-somente a Bíblia dos judeus ou msma cristã, podendo ser as Escrituras sagradas e outras religiões, porque a várias deelas podem pertencer os membros de uma Loja Maçõnica e, pelos principios básicos da Ordem Maçônica, deve haver o máximo respeito às crenças de cada um.
Destarte, pode ser, o Al Corão (ou Corão) , o Zenda-Avesta, os Shastras, o Rig-Veda, Livro de Mormom, como qualquer outro livro considerado sagardo pelas diversas religiões.

AL CORÃO

Zenda-Avesta
 
Rig-Veda
 
Shastras 


É de bom alivre que cada candidato ao ingresso na Ordem Maçônica possa prestar seu compromisso (não é juramento – vide postagem sobre “Compromisso ou Juramento?”) sobre o Livro da Lei ou Volume das Sagradas Escrituras de sua religião, se for ocaso, porque dali é que emana a luz, a ciência sagrada, de acordo com a qual ele tem de viver e conduzir-se.

 BIBLIA

A palavra Bíblia vem do grego ta bíblia, que significa “os livros”. O termo Testamento se origina do vocábulo grego “diathêke” que significa “aliança”, “herança”, “testamento” e, por sua vez, é a tradução do hebraico “berith” que significa tão-somente “aliança” “pacto”.
A ordem Maçônica deixa a critério de cada maçom sua definição de Deus, o Ser Supremo, o Principio Criador, a quem os maçons denominam de Grande Arquiteto do Universo. Essa denominação está de acordo com as primeiras Constituições, de 1723. Nas Constituições de 1738, este Deus um tanto vago, não era outro senão o Deus pessoal de cada um, conforme a sua religião.
As Constituições de 1815 reconheceram a liberadde e neutralidade de culto religioso ao promulgarem que por motivo de sua religião ou crença, ninguém é excluído da Ordem Maçônica, desde que creia no “Glorioso Arquiteto do Céu e da Terra” e pratique os sagrados deveres da moralidade.
Ressalte-se que esse “Glorioso Arquiteto do Céu e da Terra”, ou seja, o “Grande Arquiteto do Universo”, refere-se ao Deus cristão, ou seja, “Jesus Cristo”.
Mas essa assertiva não tem validade para toda a Maçonaria (tida como) Universal. Existem Grandes Lojas e ou Grande Orientes no orbe terrestre (em especial no Oriente Médio e Asia) em que seus membros cultuam uma outra Divindade. E os livros considerados sagrados, expostos nos altares, são totalmente diferentes do livro sagrado adotado pela maçonaria dita cristã.

 No Altar, vários Livros Sagrados
 
Na Maçonaria Indiana por exemplo, são exposto (e abertos) vários livros considerados sagrados. A Bíblia, no entanto permanece no Altar, porém, fecahada.
Há também um outro caso em especial no tocante a Maçonaria do Rito Moderno, onde não há a presença da Biblia ou de outro livro considerado sagrado. O livro exposto é a Constituição do Grande Corpo Simbólico (Potência Maçônica). Esse tipo de regra é mais efetivada na Maçonaria Francesa.
Aqui no Brasil, pelo menos a nível de GOB, segundo informaçõs me repassadas, a Bíblia fica no Altar juntamente com a Constituição do Grande Corpo Simbólico, porém, ela (a Biblia) permanece fechada.
Um outro fato curioso é que pelas antigas leis da Ordem Maçônica, o maçom tem que crer em um Ente Supremo. Porém, aqui no Brasil na maioria das lojas modernistas (Rito Moderno), há Irmãos (nada  tenho contra) que não acreditam nesse Ente Supremo.
Segundo o Art 1º das Constituições de James Anderson, ao maçom só lhe é exigido o reconhecimento de um Principio Criador, o GADU, abrindo assim possibilidades para crenças teistas e deistas.
Principio Criador (Grande Arquiteto do Universo)
 
Na esmagadora maioria das Lojas Maçônicas estabelecidas no Brasil, país essencialmente cristão, o Volume da Lei Sagrada ou Livro da Lei utilizado é a Biblia, contendo os Antigo e Novo Testamento.
Em razão disso, nos estenderemos um pouco mais sobre esse Livro.
Os títulos “Antigo e Novo Testamento” são usados pelos cristãos para diferenciar as alianças, os Testamentos de Deus com a Humanidade. Para os judeus estes títulos não possuem nenhum significado posto que, para eles, só houve um pacto, um único Testamento, o que os cristãos denominam Antigo Testamento.
O Antigo Testamento, o antigo pacto, foi estabelecido por Deus com Abraão.
No Novo Testamento foi estabelecido por Deus e abrangendo não só os judeus, mas toda a humanidade.
A Bíblia é o livro com maior número de exemplares publicados e de traduções para todas as línguas e inúmeros dialetos. Foi o primeiro livro impresso por Gutemberg, em 1534.
A Bíblia é o Livro Sagrado de duas grandes religiões “monoteísta”, o Judaísmo e o Cristianismo.

OS LIVROS

Para os judeus, a Bíblia é constituída de somente pelo que se costuma denominar de Antigo Testamento, composto de 39 livros.
Para os cristãos protestantes, a Bíblia é organizada em 66 livros. Os 39 do Antigo Testamento e mais 27 outros chamado Novo Testamento.
Os cristãos católicos e ortodoxos possuem 73 livros em suas Bíblias, pois consideram mais sete como sendo parte integrante do Antigo Testamento, o que é respeitado por judeus e cristãos protestantes.

COMO OS LIVROS FORAM ESCOLHIDOS

Os livros que compõem o Antigo Testamento são considerados Kitbe Kodesh, Sagradas Escrituras, pelos judeus desde épocas muito remotas. Quando o Templo foi destruído pela última vez, por Tito Flávio Vespasiano no ano 70 d.C, foram introduzidas nas sinagogas leituras regulares e sistemáticas do Thorah e posteriormente outros textos foram utilizados.
No ano 325, sob o papado de S. Silvestre(314-335), foi convocado o Primeiro Concílio Ecumênico, o de Nicéia, que decidiu três assuntos da mais alta relevância para o cristianismo e que perduram até os nossos dias:
I – A fixação do local do sepulcro de Jesus Cristo;
II – O estabelecimento da unidade de substância do Deus-Pai a Jesus, que passaram, assim, a formar uma só pessoa;
III – A eleição dos Livros que deveriam compor o Novo Testamento,
canonizados uns por terem sido julgados inspirados pelo Espírito Santo e considerados apócrifos as demais que circulavam até então.
A convocação do Concílio de Nicéia foi feita pelo Imperador Romano Constantino(288-337), que, além disso, foi o presidente do Concílio e votou.
Constantino na época contava com 37 anos de idade e professava ainda a religião Persa do Rito de Mitra, que cultuava o Sol.
A maioria dos livros do Antigo Testamento foi escrita em hebraico.
Já os livros do Novo Testamento foram escritos em grego, exceto o Evangelho de Matheus, onde foi usado o aramaico.
Os mais antigos manuscritos, as três mais antigas cópias da Bíblia todos escritos em grego são:
I – O Código Vaticano, do século IV e guardada na biblioteca do Vaticano;
II – O Código Sinaítico, também do século IV e conservado no Museu Britânico de Londres;
III – O Código Alexandrino, escrito no século V e que também faz parte do acervo do Museu Britânico de Londres.

AS VERSÕES

Duas são as versões da Bíblia:
I – A versão dos Setenta ou Alexandria para o grego;
II – A Vulgata, para o latim.
Versão dos Setentas é a tradução realizada entre os anos 250 e 100 A/C para o uso dos judeus que só falavam grego.
A outra versão é latina, denominada Vulgata, realizada no século IV quase que integralmente por São Jerônimo (340-420), por encomenda do papa S. Damaso (366-384). O Concílio de Trento, em 1546, proclamou esta versão como oficial para a Igreja Católica.
Com o tempo, o latim foi deixando de ser usado e sentiu-se a necessidade de traduzir a Bíblia para as línguas populares modernas.

A VERDADE DAS RELIGIÕES

Cada religião tem a sua história, as promessas de Deus, as alianças com Deus, seus profetas, seus sábios, seus mestres, seus seguidores.
Todas elas estão convictas de terem encontrado a Verdade. Mas o que é a Verdade? Onde encontraremos? Quem realmente procura a Verdade, não pode e nem deve procurá-la unicamente sob a ótica e dentro das premissas e sua própria religião. É difícil, mas o que é mais importante? Crer na Verdade que outros afirmam ser a Verdade ou procurá-la?
Sem exceção, todas as religiões afirmam ter encontrado a Verdade Divina.
Acontece que a Verdade é uma só. Sendo uma só Verdade, como pode haver verdades diferentes para cada religião? Será que, sendo a verdade uma só, somente uma religião a encontrou e as demais apenas julgam tê-la encontrado? Estão apenas enganadas ou mentem para seus adeptos? Se somente uma encontrou a verdade, qual será o destino dos milhões de adeptos das outras religiões que não a encontraram? Perecerão sem salvação? E o pobre aborígine que no interior da floresta mais profunda nunca ouviu nenhum pregador da Verdade e, portanto, nem teve a oportunidade de conhecê-la?
Morrerá sem salvação, sem nenhuma oportunidade.
Ora, se todas as religiões dizem que se Deus é bondoso e justo, certamente Ele, e somente Ele, saberá solucionar tais questões. Para isso, Ele não precisa de intermediários, os quais não nomeou.
A crença nas verdades religiosas é um atributo daqueles que têm Fé. Contudo, a crença cega leva ao fanatismo religioso, que foi e sempre será execrado pela Maçonaria.
A Maçonaria abomina o fanatismo religioso, que no passado levou muitos sábios e filósofos, além de homens e mulheres comum do povo, às barras dos tribunais da ‘‘Santa Inquisição”, que em nome de Deus, torturou e matou inúmeros inocentes”.
A Maçonaria sempre foi perseguida pelo fanatismo religioso, desde a sua criação como Maçonaria dos Aceitos, ou Especulativa. No ano de 1738, cerca de 15 anos após a publicação da Constituição de Anderson, o Papa Clemente XII promulgou a Bula Papal “In Eminente”, excomungando a Maçonaria. A partir deste evento, através do Irmão Jonh Payne (Grão-Mestre), os Maçons passaram a adotar o Livro das Sagradas Escrituras na abertura dos trabalhos de suas reuniões. Portanto, até então, não se tinha a obrigação de adotar o Livro das Sagradas Escrituras nas reuniões.
Antes desta data, o que se ensinavam nas Confrarias de Pedreiros eram lendas bíblicas relacionadas com a História do Povo Judeu, a Construção do Templo de Jerusalém, do Dilúvio Universal etc., porém sempre exageradamente, fantasiosamente. As Lendas Templárias e os “Contos” sobre as religiões de Mistérios se misturavam e se entrelaçavam.
Duzentos anos depois, 1723, quando o Dr. James Anderson publicou o seu “Livro das Constituições” introduziu todas essas fantasias no seu livro, que quinze anos depois, 1738, foi obrigado a retirar, devido ao ridículo a que se expôs.
Isto, todavia, não quer dizer que a Bíblia é culpada. Isso quer dizer, somente, que o uso da Bíblia, como Livro das Sagradas Escrituras, dos Pedreiros Operativos, só foi possível, depois de 1600 em diante, quando começou a ingressar na Ordem dos Pedreiros Livres, os primeiros intelectuais da Europa.
Pois os Pedreiros em sua maioria eram analfabetos, eram homens do povo, desprovidos de qualquer tipo de cultura que não fosse aquela ligada a Arte de Construir. Na qual eram Gênios eram formidáveis, eram exímios.
Qualquer alusão do uso do Livro das Sagradas Escrituras (Bíblia) antes de 1600, pelos Maçons, é pura fantasia. Os Estatutos Schaw, datados de 1598, não mencionam o Livro das Sagradas Escrituras (Bíblia). Mencionam apenas “contos bíblicos”, “lendas” que os monges das Irmandades contavam aos Obreiros de suas construções.

Um comentário:

  1. Jesus Cristo? O GADU? DE onde se tirou isso?

    "Ressalte-se que esse “Glorioso Arquiteto do Céu e da Terra”, ou seja, o “Grande Arquiteto do Universo”, refere-se ao Deus cristão, ou seja, “Jesus Cristo”."

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