O Capítulo de
Clermont
O Capítulo Clermont foi criado em Paris, em 1754, pelo
Cavaleiro de Bonneville, em
honra ao Conde de Clermont, Grão-Mestre da Grande Loja da França com o nome de Colégio dos Jesuítas, onde ele foi instalado e local que já havia sido residência do pretendente ao trono inglês, Carlos Eduardo Stuart, filho de James III.
Este Capítulo teve existência efêmera, mas com o discurso de Ramsay, acabou rendendo alguns frutos, através das idéias propagadas, para que fosse possível o advento definitivo dos altos graus. Isso propiciaria o surgimento
do Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente que G.
Martin considera sucessor do Capítulo ou Grande Loja de Clermont responsável pela implantação de uma escala de vinte e cinco graus.
A
questão básica, desde a criação do Capítulo de Clermont até o inicio do século
XIX, que manteve a Maçonaria francesa em permanente confusão, foi se a Grande
Loja Simbólica, com os seus três graus, deveria controlar os Altos Graus ou se
os vários Corpos dos Altos Graus é que deveriam controlar a Grande Loja.
LOUIS DE BOURBON-CONDÉM - CONDE DE CLERMONT
O
Conde de Clermont desejou descartar do Corpo Maçônico todos aqueles que não
fossem dignos e que o desonrassem pela baixeza do seu carater e pelo vil
interesse que os animava. [...] A reforma [...] se faria não por uma depuração,
mas por uma promoção ao Grau de Maître Écossais, criado por volta de 1744.
[...] A Grande Loja de França, depois de haver contestado os privilégios reclamados
pelos Mestres Escoceses, reconheceu-lhe, em 4 de julho de 1755, uma espécie de
direito de supervisão sobre as Lojas Simbólicas.
Os
Graus Cavalheirescos permitiram realizar uma verdadeira promoção aristocrática.
[...] Está escrito no panfleto Le Sceau Rompu (O Selo Rompido): “Todo maçom é
nobre em Loja, deixando à porta de entrada tanto a condição burguês quanto aos
titulos honorificos, para que sejam todos iguais”. A consequencia ritual e
simbólica dessa premissa foi permitir em Loja, a todos os irmãos, portar a
espada de parada, privilégio reservado, na vida comum, somente aos membros da
nobreza.
A história dos chamados Altos Graus na França, é extremamente complicada e, em boa parte, mera suposição. Muitas vezes criados em consequencias de rivalidades pessoais ou de classes, os Corpos se formavam, competindo entre si, até desaparecerem ou serem absorvidos por rivais mais bem sucedidos.
Um
dos objetivos essenciais dos Altos Graus, a seleção qualitativa, se viu
rapidamente deturpado. Se o trabalho nas Lojas Azuis abastarva-se pela
afluência dos mediocres, isso ocorria independente da Ordem, dos rituais e dos
fins iniciáticos. A Arte não pode ser desonrada pelos maus seguidores. Os Altos
Graus, em compensação, por sua afirmação aristocrática, seus títulos pomposos,
sua autoridade real ou usurpada, não tardaram a atrair os vendilhões do templo.
BIBLIOGRAFIA:
Rito
Escocês Antigo e Aceito – Rituais de 1804 – Sergio Cavalcante;
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