sábado, 27 de outubro de 2012

REAA - A Disseminação do Sistema dos Altos Graus



A Disseminaçao do Sistema dos Altos Graus

O primeiro Supremo Conselho do Mundo foi criado por 09 (nove) maçons de várias nacionalidades, liderados pelo Irmão Dalcho, em 1801, o principal foco do qual emanaram as demais Oficinas Chefes do Rito, na maior parte do mundo, foi o segundo Supremo Conselho, o de Paris, França.

Frederick Dalcho

Pouco após sua fundação, o Supremo Conselho de Charleston dava a um maçom francês, o Conde Alexandre de Grasse-Tilly, iniciado antes da revolução, na Loja Le Contrate Social, uma deputação, para que ele divulgasse o Rito em São Domingos, onde ele não pode chegar, por estar a região agitada por questões raciais, o que fez com que ele seguisse para a Europa e mais precisamente para a França. Chegando a França em 1804, munido de uma patente que o habilitava a fundar um Supremo Conselho e portador do título de Grande Comendador, ele encontrava grande agitação maçônica, provocada por dissidências e querelas em torno da coleção dos altos graus, que já haviam proprocionado diversos acordos, seguidos de tantas outras rupturas. Isso inda ocorria em conseqncia da implantação do sistema dos quatro altos graus do Rito Francês.
Numa reação a esse sistema, o conde, em pouco tempo, elevou ao 33 um grande número de maçons franceses, formando com eles, um Supremo Conselho provisório. A 12 de outubro de 1804, os Grandes Oficiais do Rito constituram o Grande Consistório, que convocou, para o dia 22 do mesmo mês, uma Assembléia Geral, com a finalidade de proceder a formação de uma Grande Loja Escocesa. No dia fixado, efetivou-se, então, a criação da Grande Loja Geral Escocesa da França, do Rito Antigo e Aceito, cuja sede era em Paris, elegendo-se, na ocasião 04 (quatro) dignatários e proclamando o Principe Luis Napoleão, como Grão-Mestre, e Grasse-Tilly como seu representante. A 01 de novembro, essa fundação era anunciada, através de um manifesto.

Grasse-Tilly foi Grande Comendador de 1804 a 1806, sendo sucedido pelo Duque de Cambacrs (1806-1818) e voltando a dirigir o Supremo Conselho de 1818-1821. Foi a partir dessa época que o Rito Escocês brotou em toda a Europa, embora só com grandes esforos tenha aberto um discreto caminho na Inglaterra, onde a Maçonaria, sob a égide da Igreja Anglicana, não via com bons olhos um Rito nascido do catolicismo (jacobita, stuartista).

Nessa época, a Grande Loja Unida da Inglaterra (resultado da fusão das antes antagônicas facções da Grande Loja de Londres e da Grande Loja de York) ainda era recém nascida e estava sob a direção de um Grão-Mestre bastante enérgico, o Duque de Sussex, que os adversários tachavam de ditador e autocrata, devido a mão de ferro com que ele governava, no sentido de preservar, a qualquer preço, uma unificação dificilmente conseguida e que seria colocada em perigo, no caso de uma precoce introdução do escocesismo no país. Devido a isso,  que o duque foi deixando na gaveta a patente que lhe foi conferida por Decazes, Soberano Grande Comendador da França, para criar, em 1819, um Supremo Conselho do Rito Escocês para a Inglaterra.



AUGUSTUS FREDERICK – DUQUE DE SUSSEX


Com o falecimento do duque, em 1845, voltou-se a tentar a organização do Supremo Conselho para a Inglaterra e Irlanda, o que só se concretizaria dois anos mais tarde, sob patente do Supremo Conselho da Jurisdição Norte dos Estados Unidos da América (que  é o único país a ter dois Supremo Conselho legitimos e reconhecidos pelos demais conselhos confederados).

Na verdade, já houvera, antes de 1847, uma tímida aparição, em terras inglesas, de algumas oficinas dos altos graus e a Grande Loja as ignorou, totalmente, como continuaria ignorar nos anos subseqentes. Prova disso  que, em 1853, quando o Grão-Mestre Provincial de Dorsetshire (do escocesismo), William Tucker, atraveu-se a se apresentar, na Grande Loja, decorado com seu bastão branco do Grau 33, Lord Zetland, Grão-Mestre da Grande Loja Unida, simplesmente cassou-lhe o direito de participar dos trabalhos.
Posteriormente, tanto na Inglaterra e Irlanda, quanto na Escócia  onde o Supremo Conselho foi fundado em 1846, por Charles Morison de Greenfield  foi amainando essa animosidade em relação aos altos graus escoceses. O escocesismos britânico, porém, acabou por adquirir uma feição particular, muito diferente do que ocorria e ocorre no restante do mundo.

O Supremo Conselho da Inglaterra reconhece os da Irlanda, da Escócia, dos Estados Unidos, do Canadá e dos Países Baixos; reconhece também as três Grandes Lojas escandinavas e da Islândia, apesar destas últimas ignorarem os altos graus escoceses, praticados nos seus próprios altos graus (Rito de Swedenborg), totalmente diferentes.

Em contrapartida, esse Supremo Conselho não reconhece o da França  que  é o mais importate da história do escocesismo  e nem muitos outros que os Supremos Conselhos norte-americanos reconhecem (como o Supremo Conselho do Brasil). E além de tudo, ele nunca adotou a denominação de Rito Escocês Antigo e Aceito, preferindo simplesmente, Rito Antigo e Aceito, embora os seus Rituais escoceses permaneçam os mais puros e os menos deturpados em relação aos originais. Ele participou, em 1875, do Congresso de Lausanne (que fixou as normas para todos os Supremos Conselhos), mas, desde então, acentuou, cada vez mais, o seu caráter menos internacional e mais britânico.

BIBLIOGRAFIA:
Cavalcante, Sergio - Rito Escocês Antigo e Aceito - Rituais de 1804.

Nenhum comentário:

Postar um comentário