A Disseminaçao do Sistema dos
Altos Graus
O primeiro Supremo
Conselho do Mundo foi criado por 09 (nove) maçons de várias nacionalidades, liderados pelo Irmão Dalcho, em 1801, o principal foco do
qual emanaram as demais Oficinas Chefes do Rito, na maior parte
do mundo, foi o segundo Supremo Conselho, o de Paris, França.
Frederick Dalcho
Pouco após sua fundação, o Supremo Conselho de Charleston dava a um maçom francês, o Conde Alexandre de Grasse-Tilly, iniciado
antes da revolução, na Loja “Le Contrate Social”, uma deputação, para que ele divulgasse o Rito em São Domingos, onde ele não pode chegar, por
estar a região agitada por questões raciais, o que fez com que ele seguisse para a Europa e mais
precisamente para a França. Chegando a França em 1804,
munido de uma patente que o habilitava a fundar um Supremo Conselho e portador
do título de Grande Comendador, ele encontrava grande
agitação maçônica, provocada
por dissidências e querelas em torno da coleção dos altos graus, que já haviam proprocionado diversos acordos, seguidos de tantas outras rupturas. Isso inda
ocorria em consequência da implantação do sistema dos quatro altos graus do Rito Francês.
Numa reação a esse sistema, o conde, em pouco tempo, elevou ao 33 um grande número de maçons
franceses, formando com eles, um Supremo Conselho provisório. A 12 de outubro de 1804, os Grandes Oficiais do
Rito constituram o Grande Consistório, que
convocou, para o dia 22 do mesmo mês, uma
Assembléia Geral, com a finalidade de proceder a formação de uma Grande Loja Escocesa. No dia fixado, efetivou-se, então, a criação da Grande Loja Geral Escocesa da França, do Rito Antigo e Aceito, cuja sede era em Paris, elegendo-se, na
ocasião 04 (quatro) dignatários e
proclamando o Principe Luis Napoleão, como Grão-Mestre, e
Grasse-Tilly como seu representante.
A 01 de novembro, essa fundação era anunciada, através de um manifesto.
Grasse-Tilly foi Grande Comendador de 1804 a 1806, sendo sucedido pelo Duque de Cambacrs
(1806-1818) e voltando a dirigir o Supremo Conselho de 1818-1821. Foi a partir
dessa época que o Rito Escocês brotou em toda a Europa, embora só com
grandes esforos tenha aberto um discreto caminho na Inglaterra, onde a Maçonaria, sob a égide da
Igreja Anglicana, não via com bons olhos um Rito nascido do catolicismo
(jacobita, stuartista).
Nessa época, a Grande Loja Unida da Inglaterra (resultado da
fusão das antes antagônicas facções da Grande Loja de Londres e da Grande Loja de
York) ainda era recém nascida e estava sob a direção de um Grão-Mestre bastante enérgico, o Duque de Sussex,
que os adversários tachavam de ditador e autocrata, devido a mão de ferro com que ele governava, no sentido de
preservar, a qualquer preço, uma unificação dificilmente conseguida e que seria colocada em perigo, no caso de
uma precoce introdução do escocesismo no país. Devido a isso, que o duque foi deixando na gaveta a patente que lhe foi
conferida por Decazes, Soberano
Grande Comendador da França, para criar, em 1819,
um Supremo Conselho do Rito Escocês para a Inglaterra.
AUGUSTUS
FREDERICK – DUQUE DE SUSSEX
Com o falecimento do duque, em
1845, voltou-se a tentar a organização do Supremo Conselho para a Inglaterra e Irlanda, o que só se concretizaria dois anos mais tarde, sob patente
do Supremo Conselho da Jurisdição Norte dos
Estados Unidos da América (que é o único país a ter dois Supremo Conselho legitimos e reconhecidos
pelos demais conselhos confederados).
Na verdade, já houvera, antes de 1847, uma tímida aparição, em terras inglesas, de algumas oficinas dos altos graus e a Grande
Loja as ignorou, totalmente, como continuaria ignorar nos anos subseqentes.
Prova disso que, em 1853, quando o Grão-Mestre Provincial de Dorsetshire (do escocesismo), William
Tucker, atraveu-se a se apresentar, na Grande Loja, decorado com seu bastão branco do Grau 33, Lord Zetland,
Grão-Mestre da Grande Loja Unida, simplesmente
cassou-lhe o direito de participar dos trabalhos.
Posteriormente, tanto na
Inglaterra e Irlanda, quanto na Escócia onde o Supremo Conselho foi fundado em 1846,
por Charles Morison de Greenfield foi
amainando essa animosidade em relação aos altos graus escoceses. O escocesismos britânico, porém, acabou
por adquirir uma feição particular, muito diferente do que ocorria e ocorre
no restante do mundo.
O Supremo Conselho da
Inglaterra reconhece os da Irlanda, da Escócia, dos
Estados Unidos, do Canadá e dos Países Baixos;
reconhece também as três Grandes
Lojas escandinavas e da Islândia, apesar
destas últimas ignorarem os altos graus escoceses, praticados
nos seus próprios altos graus (Rito de Swedenborg), totalmente
diferentes.
Em contrapartida, esse Supremo
Conselho não reconhece o da França que é o mais importate da história do
escocesismo e nem muitos outros que os
Supremos Conselhos norte-americanos reconhecem (como o Supremo Conselho do
Brasil). E além de tudo, ele nunca adotou a denominação de Rito Escocês Antigo e
Aceito, preferindo simplesmente, Rito Antigo e Aceito, embora os seus Rituais
escoceses permaneçam os mais puros e os menos deturpados em relação aos originais. Ele participou, em 1875, do
Congresso de Lausanne (que fixou as normas para todos os Supremos Conselhos),
mas, desde então, acentuou, cada vez mais, o seu caráter menos internacional e mais britânico.
BIBLIOGRAFIA:
Cavalcante, Sergio - Rito Escocês Antigo e Aceito - Rituais de 1804.
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