sábado, 27 de outubro de 2012

REAA - O Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente



O Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente

Fundado em 1758, por Pirlet, em Paris, o Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente, Grande e Soberana Loja Escocesa de São João de Jerusalém, foi a mais importante do século XVIII, das potências ditas escocesas. O título desse Grande Corpo basta para mostrar a influência aristocrática, a fixação nas cruzadas, a fatuidade da época e o grande poder de sedução exercido pelos Altos Graus.

Em 1758 mesmo, o Conselho criava um sistema de Altos Graus, impondo-lhe o limite de 25 graus, resolução que seria oficialmente inscrita nos seus estatutos de 1762. No inicio, todos esses graus superiores eram chamados de Graus de Perfeição, termo que posteriormente, só seria aplicado aos compreendidos entre o 4 e o 14 do escocesismo (abrangidos pelas Lojas de Perfeição). Essa escala de 25 graus foi chamada de Rito de Perfeição ou de Heredon.

Em 1761, um certo Etienne Morin (alguns outros autores citam Stephen Morin e não Etienne) recebia, da Seção Bordelesa do Conselho dos Imperadores, uma patente que o autorizava a fundar Lojas dos Altos Graus no Novo Mundo (nas Américas). Lá chegando, só dois anos mais tarde ele constatou que outros o haviam precedido; em parte de sua correspondência, citada por Lantoine,  abordada uma respeitável loja escocesa, encontrada tão bem composta, da mesma maneira que a loja simbólica, que ele acreditou dever dar a eles as mesmas instruções.

Isso significa que, além dessa Loja Simbólica, já existia uma Oficina dos Altos Graus Escoceses, embora tenha sido só através de Morin que essas lojas pregrediram e proliferaram, sob a égide daquela de Bordéus, que havia lhe concedido a patente.

Essa patente, porém, quanto a sua autenticidade, tem sido objeto de muitas discurssões; a corrente que nega a legitimidade da patente sempre foi constituda, em sua maior parte, pelos adversários do Rito Escocês, interessados em mostrar que ela era apócrifa, por temerem que ela se tornasse para o escocesismo, aquilo que a Constituição de James Anderson representou para a Maçonaria Inglesa.

A maioria dos autores, porém, opta pela sua autencidade. Mellor um deles e esclarece que a patente original, redigida em francês, foi perdida, mas havia sido traduzida para o inglês, permanecendo essa tradução, muito tempo em poder de Hyman Isaac Long, que a fez, novamente verter para o francês; essa última tradução que foi exibida pelo Grande Comendador Albert Pike a Emile Daruty, sendo considerada exata por Delahogue e seu genro, o Conde August de Grasse-Tilly, que viria a ser o primeiro Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho da França (1804-1806). Se a patente fosse apócrifa, não se entende por que motivo os seus detentores forjariam a tradução de uma tradução, quando seria muito mais fácil forjar diretamente a falsa patente, ou, pelo menos, a falsa tradução inglesa.


Marquis de Grasse Tilly

Merci  um dos autores que contestam essa autenticidade, alegando que a patente era datada de 27 de agosto de 1761 e mostrava a assinatura de Chaillon de Joinville, com a indicação de seu título de substituto geral do Grão-Mestre (correspondente ao cargo de Grão-Mestre Adjunto), o que ele só seria a partir de 24 de junho de 1762; ali constava também, o Conde de Choiseul, como Venerável Mestre da Loja Les Enfants de la Gloire, Loja essa, que só surgiria em 1762. Mellor, porém, argumenta que a patente pode ter sofrido acréscimos posteriores (com a citação desses cargos), para aumentar o poder e sua influência; esses acréscimos, colocados por Morin, porém, não invalidariam a legitimidade do documento, pois podem ser encarados como necessários a sua missão.

Conde de Choiseul
Venerável Mestre da Loja  "Les Enfants de la Gloire"


De qualquer forma, essa missão foi coroda de êxito e o escocesismo brotou vigoroso nas Américas, de onde ele voltou algumas décadas mais tarde, a Europa, sob a sua forma definitiva, que permanece até hoje, depois de aperfeiçoada e mais trabalhada pelos maçons norteamericanos.

BIBLIOGRAFIA:
Rito Escocês Antigo e Aceito - Rituais de 1804 - Sergio Cavalcante
 http://www.clubedeautores.com.br/book/114529--Rito_Escoces_Antigo_e_Aceito


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