REAA - As Origens dos
Altos Graus
A criação dos altos graus escoceses, característica marcante do escocesismo, tem as suas causas um
tanto obscuras e tratadas de forma controversa.
Em primeiro lugar, cabe
uma indagação
como e porque surgiu o sistema de altos graus, tão heterodoxo para as demais orgnizações maçônicas?
Já foram alegadas raízes de ordem política, por autores como Findel, Rebold e Ragon, que
atribuem essa criação aos jesuítas, que lideravam a corrente dos adpetos dos Stuart; através dessess
graus, poderiam os stuartistas, controlar, a distância, as lojas comuns.
Também foram alegadas raízes doutrinárias e espirituais, segundo as quais os altos graus encerrariam as mais diversas
formas de tradições da Maçonaria, desenvolvendo dessa forma, os ensinamentos iniciáticos dos três graus simbólicos (Aprendiz, Companheiro e Mestre) e, principalmente, os do
mestrado.
Até as raízes puramente ligadas ao interesse pessoal já foram alegadas, pois os graus cavalheirescos chegavam numa época em que os títulos eram priviélgios da aristocracia enquistada na nobreza e no alto clero; a coleção desses graus, então, além de lisonjear a vaidade de quem os recebia, ainda
era motivo para vantagens advinda dos próprios títulos.
Porém as causas da criação dos altos graus são obscuras, o
mesmo não sucede pelo
menos com a mesma intensidade com relação as suas prováveis origens, pois a maior parte dos autores situa três acontecimentos como responsáveis pela idéia, pela concretização e pela evolução do sistema: o Discurso de Ramsay, a criação do Capítulo de Clermont e a instalação do Conselho dos Imperadores do Oriente e do
Ocidente, Grande e Soberana Loja Escocesa de São João de Jerusalém.
RAMSAY
Andre
Michel Ramsay[1]
Ramsay não foi, como afirmam alguns autores, o criador dos
altos graus; porém o seu famoso discurso, publicado em 1738, já que ele foi impedido de pronunciá-lo, em 1737, foi, como tendência para uma profunda reforma institucional na Maçonaria, o ponto de partida para a adoção do sistema dos altos graus, que, posteriormente,
viriam a ser chamados de graus filosóficos.
Andre Michel Ramsay
A carreira de Ramsay foi
tormentosa e curiosa filho de um padeiro, como pai calvinsita e mãe anglicana, escocês de origem, que a monarquia francesa enobreceu; que, entre outros
preceptorados, exerceu o de Carlos Stuart (1724), filho de Jaime III, pretendente católico ao trono da Inglaterra; que por pouco não teve uma cadeira na Academia Francesa e que se
tornaria discipulo, companheiro e, posteriormente, apologista de Fenelon e do catolicismo. Apesar disso ele ingressaria,
posteriormente na Royal Society, de Londres, e na Universidade de Oxford, o que
mostra que, apesar de católico stuartista, ele mantinha ligações com a anglicanismo inglês.
Segundo Paul Naudon, o
serviço mais importante que Ramsay prestou a Maçonaria escocesa foi o de lhe haver dado, com seu
discurso, uma nova carta e um código geral de
pensamento, coisa que não concordam outros autores, que não lhe reconhecem influência importante, não vendo em seu
discurso, mais do que um apelo as lendas, uma paixão pelos títulos nobiliárquicos e uma pretensa ancestralidade dos cruzados em
relação aos francomaçons.
Como Grande Orador e
Grande Chanceler da Ordem, ele tentou pronunciar o discurso em março de 1737, mas uma interdição do cardeal Fleury impediu que isso acontecesse, não impedindo, porém, que o texto fosse publicado, em 1738. Não ter podido pronunciar o discurso deve ter sido, na
realidade, o maior desgosto de sua vida, pois, foi feito Cavaleiro da Ordem de
São Lazaro e no auge da felicidade por ser nobre, não sabia como exprimir sua ufania e sua gratidão. A causa dos Stuarts lhe deu oportunidade de fazer
essa demonstração, de acordo com suas idéias aristocráticas, mas o cardeal Fleury acabou tolhendo as suas
pretensões.
BIBLIOGRAFIA:
Rito Escocês Antigo e Aceito: Rituais de 1804 - Sergio Cavalcante
http://www.clubedeautores.com.br/book/114529--Rito_Escoces_Antigo_e_Aceito
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